Barulinho

domingo, 23 de dezembro de 2007

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É natal, e enfim, é natal.
Hey, eu estou olhando pela janela do meu quarto e vejo luzes apagadas, luzes acesas e penso, que queria que tudo fosse limpo para poder enxergar o horizonte. Não pense demais, não pense pouco e nem deixe de fazer aquilo que quer, porém, se por alguma razão idiota algo te frear e você acabar pisando nos freios, porque ter medo de se arrepender? Afinal, foi uma intuição do mesmo jeito.
Assim, com sinceridade eu não estou com vontade de desenvolver nada linear, ou, com regras. Acho, que odeio regras. Mas o que eu queria mesmo dizer, é que agora, no final do ano, você deveria ir pro botão 8 ou pro botão 80. Você que foi inconseqüente o ano inteiro, seria legal dar um tempinho, avaliar, e você que pensou demais, liga o foda-se do 80 e seja feliz.

Ok, admito, muito auto-ajuda. Acho que quando estamos felizes, tranqüilos, só conseguimos coisas assim. Pra que falar de sentimentos doloridos quando se escuta Beatles no último volume e dança sozinho fazendo biquinho? (Ok, nem todos fazem biquinhos)

É que sei lá, é tudo não berêrê e tão barárá. É tudo tão sem sal ou salgado demais, eu to bem, yeah man, I'm fine, buuuut.. eu tô com vontade de pegar a Highway mais próxima e sabe-se lá fazer o que...

O ano está terminando, tenho novos amigos, os velhos e conservados continuam ao meu lado, eu continuo a mesma, na essência eu sou sempre a mesma. Entretanto, não significa que em alguns dias eu não seja flor que não se cheire.


Acho, que meu humor não importa muito, tudo depende do seu.


Como vai você hoje? Porque eu vou bem.


Mirella Scarlati [daçante, animante e ligando o foda-se]

quarta-feira, 28 de novembro de 2007


"... Não, eu não gosto de crescer, meus amigos tomam outros rumos e isso me faz sofrer"

A Baranga entrou nas nossas vidas (Eu, Igor, Thayanne, Guilherme, Bolinho e afins. Apenas coloquei aqui quem foi deixá-la na rodoviária) de uma forma estranha. Pois bem, uma menininha com corpo de mulher que simplesmentou chegou conversando com todos e sendo a melhor aluna da nossa sala isolada. Como ela, uma garota de 3 à 2 anos de idade a menos que todos nós, consegue ser a melhor aluna? Nós, os alunos da frente à esquerda, que tem amizade com professores, diretores e não sai da sala no intervalo porque prefere ficar rindo e conversando dentro de sala. Enfim, sim, ela conseguiu. Mas não foi a coisa mais fácil de fazer, eu e Thayanne dificultamos MUITO, pois Amanda, andava com o nosso grupo rival da frente no lado direito, é, o pessoal que no passado, foi amigo, próximo, mas por erros infantis que alunos do ensino médio cometem, passaram a não ser. E eu, Mirella, sou a grande responsável por essa separação. A briga se deu no meu nome, e por fim, estava lá, a Baranga... em meio a eles, fazendo o jogo duplo e contando tudo o que falava pra eles e começando a nos contar as coisas que eles, o grupinho da direita, falava.
O que Amanda não sabia, é que o pessoal do outro lado, tinham sido meus melhores amigos, e eu e Thayanne rivais num passado próximo. E enfim, um belo dia, um deles, quis conversar comigo. Descobrimos tudo, e foi uma confusão. Parecia a parte baixa do RJ na novela da globo, mas o que não sabíamos, é que Amanda começara a se torna nossa amiga de verdade um pouco antes do tal barraco. Cláudia (É, Claudia Amanda) chorava feito uma criança pedindo desculpas, e eu, já que o antigo problema era no meu nome, continuava no meu nome e Thayanne ao meu lado com Guilherme, não consigui sentir raiva. E a partir da briga escondida numa sala sem uso, do nosso querido colégio, ela se tornou minha amiga. Não foi fácil, afinal, Amanda com seus 15 anos no auge da sua infantilidade e eu, no auge da minha falta de paciência e tristeza, não era uma boa coleguinha, mais parecia sua mãe, que brigava, recriminava, e quando a vida lhe dava uma rasteira, acolhia no colo. Thayanne seguiu o mesmo ritmo que nós, só discordando no principal motivo dela ter se aproximado da gente, Igor.
Igor se apaixonou pela nossa caçula, mas, ela não se apaixonou por ele, ficou e de certa forma, foi extremamente sacana com ele. E aí, o nosso grupinho meteu o pau na baranga, afinal... O Igor é nosso companheiro há 4 anos. E digamos, ex-rolo meu, o que fez ela sentir muito ciumes da nossa relação. Eles ficaram, terminaram, e um dia, meses depois... Amanda viu que gostava do Igor, ela lutou por ele (Nosso galã se encontrava apaixonado por outra) lutou, contou com a força do grupo e conseguiu, é um namoro. E aí, nosso grupo continuou junto, almoçando quase todos os dias em meio à risadas, e ali, com o nosso único casal no meio... Baranguinha, nos ajudando em muitas coisas... PORÉM, o que a Baranga me fez admirar nela... foi a força de vontade. Uma garota, que sofre tanto em sua causa por "maus-tratos" digamos assim, deve buscar a felicidade. Ela nunca se deixou perder, estava sempre ali.. e hoje, por essa mesma situação que acabo de descrever, a baranga.. (Essa, que mando se ferrar a coesão e quero citar o nome dela em todas as frases) foi embora, voltou pra Recife, e deixou um namorado que continua namorado de coração partido, 5 pessoas chorando loucamente numa rodoviária, e vários corações apertados esperando o carnaval pra irmos visitá-la.

Eu, que considerava que tinha duas melhores amigas, a Ju e a Thay, errei no meu conceito, hoje Amanda me fez perceber que eu tenho 3. A Ju, a Thay e a Baranga.

[Não vou revisar o texto em caso de erros, obrigada]

Mirella Scarlati

quinta-feira, 15 de novembro de 2007


Mirella se encontrava ali, ali, parada, pensando, refletindo... ora tomando a coca-cola sem gás que sobrara do almoço, ora rindo das coisas que Juliana dizia no msn. Ouvia Caetano cantando sampa, imaginando como seria se no sábado não houvesse a tal feira de física, e se já estivesse passada de ano na sua humilde escola. A senhorita Scarlati, possui medos, mas falar que todos também compartilham de tal, não diminui a angustia estampada no arfar de sua respiração. Mirella estava ali, viva, viva em todos os seus sentidos. Mirella é capaz de tudo, é capaz de sentir uma felicidade quase que materializada ao tocar cereais em grandes sacos, como Amelie Poulain faria, Mirella, é capaz de amar. Capaz de ir até o fim, de sentir, de lutar, de conseguir. Mirella, ao contrário de muita gente com oportunidade ou sem oportunidade de ser feliz, tem tudo em mãos, tudo. A senhorita Scarlati olha para dentro de si, e então, pronuncia... qualquer coisa, qualquer coisa que abre os seus olhos, e a faz rir do tempo que perdera todos esses milhares de dias, lamentando algo que nunca existiu, lamentando uma dor que não é familiar. Ela toma mais um gole da sua coca, e então decide dormir em paz com o mundo, com o mundo dela.


Mirella Scarlati

domingo, 11 de novembro de 2007

Sabe, eu não sei se um de vocês já se decepcionou com as grandes referências de vida: nossos pais. O fato meu caro, é que eu me decepcionei. Sim, me decepcionei. Vou contar, pra alguma alma viva que tenha vontade de ler este blog, hoje jogado às traças, a minha história.

Eu sempre coloquei nas costas da minha mãe, o peso de ser uma mãe perfeita. Inclusive, os problemas comuns enfrentados pelas minhas amigas, nunca foi algo que me atingiu. Ninguém nunca me proibio, brigou, impos ou deixou de ouvir o que eu tinha pra falar. Mas, eu deixei de ser o centro das atenções. Enfim, resumindo, minha mãe se casar. E bem, isso trouxe conseqüências, situações e afins. Hoje, agora, nesse momento, não é ciumes. Mamãe, começou a cuidar da vida dela, inflando seu ego achando que nós, o resto da família, não é capaz de viver sem ela.
Me sinto triste, triste mesmo. Por ver como as coisas acontecem, as situações.


Eu já não sei o que dizer, o que pensar. Mas eu me decepcionei. Hoje, de novo.
O erro é meu, por achar que mãe não é humana. O erro é meu, o egoísmo é meu. E agora a tristeza que me invada após um dos maiores feitos que já realizei, também, é minha.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Não sei se tenho inspiração para escrever. Eu realmente não sei o que sinto.
Vejo, vejo claramente, aliás que vivo em confusão.
Sim, vivo em confusão. Sempre tenho momentos, sempre tenho fases. Talvez, para esconder a minha falta de disciplina com as pessoas e com as coisas.
E o que foi escondido é o que se escondeu, e o que foi prometido, ninguém prometeu.
Nem foi tempo perdido, somos tão jovens.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Antes do felizes pra sempre


“Chega de saudade
a realidade é que sem ela
não há paz, não há beleza
é só tristeza e a melancolia
que não sai de mim, não sai de mim
não sai.”
(Toquinho e Vinícius de Morais).



Os brasileiros adoram se gabar por saudade ser uma palavra sem tradução em qualquer outra língua que não o português. Grande coisa! Não sabem eles que o sentimento é universal? E daqueles conjugados num só tempo: eternamente no presente. Pode ser muito bonita quando cantada em versos e melodias; na vida real é uma pedra no sapato: incomoda e, eventualmente, machuca de verdade.
Sou do tipo saudosista. Sempre me pego pensando no passado, lembrando o cheiro dos verões passados na piscina da infância; o gosto de acordar cedo pra fazer armadilhas e pegar passarinhos logo que o dia começava, só pra encostar a mão neles e deixá-los ir; a satisfação de conseguir passar a noite em claro, escondida dos adultos, ver o amanhecer e perder o resto do dia dormindo.
Mas e aquela saudade do que não aconteceu? Saudade do futuro, saudade dos planos que a gente faz. Quando o onírico se mistura com a realidade e aí você não sabe mais o que é verdade. Então sofre, porque quem disse que a verdade é uma só? Aí se faz de tudo, os planos aumentam, a dor se torna quase insuportável. E tenta esquecer que saudade é doença crônica, quando se instala, não tem mais jeito. Do tipo reparador, o encontro é como uma lipoaspiração: funciona na hora, mas não garante que vai ficar assim pra sempre. E o amor tolhido engorda mais que chocolate, dentro de alguns poucos meses a situação já tá muito pior do que era antes.
“Para amar não é preciso estar junto, e sim dentro”. E é aí que nasce a saudade.


“E abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
que é pra acabar com esse negócio de você longe de mim.”

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Nem é justo amar assim. Tudo tão sutil. Uma paixão que vai chegando sem nem dar alô e avisa que não tem hora pra ir embora. É como a chuva que rega a flor. Que da tanta vida, que traz alegria, que da um novo aspecto tão especial. E em nós, muda jeito, horários, costumes, faz se aborrecer por não querer se aborrecer com coisa pouca. Mas não depressa, tudo na encolha. De um jeitinho simples como quem quer enganar a gente. Mas é a gente que num se engana mais. Estar gostando e querendo estar perto já é coisa de todo dia. Uma saudade sem motivos e suspiros com palavras bobas. Mas é assim. O que vou fazer? Errada é a chuva que molha sabendo como isso vai acabar. E a flor continuará a crescer, linda e bela pra no seu auge, ser pisada no meio do parque. Mas quer saber? Flores nunca são eternas mesmo e se for pra ela se machucar, que seja. Bom é quando faz mal.

(8)eu vou tentar ser mais competente na escolha da próxima paixão(8)

quinta-feira, 13 de setembro de 2007


O mais divino de uma amizade é quando um amigo sabe reconhecer que você tá triste e faz de tudo pra que isso mude. Tipo hoje, oh.

Bebel: moh, num fica assim não.
Kakah: uhum
Bebel: tenho uma coisa aqui q sempre levanta meu humor!
Kakah: o queee? *_*
Bebel: morango e leite moça!
Kakah: isabella, eu odeio morango
Bebel: eu sei.
Kakah: ¬¬
Bebel: melhora o meu humor ué! oq posso fazer se vc é enjoada pra comer?

Pois é, com amigas desses, p q inimigos? ;]

terça-feira, 11 de setembro de 2007


"Enquanto isso, navegando eu vou
Sem paz
Sem ter um porto
Quase morto, sem um cais"
(Marcelo Camelo - Veja bem, meu bem).


Meus textos são melancólicos. E dizem que eles costumam mostrar como é verdadeiramente o autor. Mas, quer saber? Não sou uma pessoa deveras otimista, mas a melancolia não é meu forte. Só que escrevo como um desabafo. É pra me livrar, pra não explodir. Quem precisa extravasar felicidade? Escrever é como um grito de desespero quando se está sem fôlego: se não prestarem bastante atenção, nem percebem.
Uma pessoa só é feliz se acredita ser feliz. Contudo essa felicidade pode passar por certos hiatos. E... o que nos cabe nessas horas?



Meu grito é abafado. E só me basta esperar o intervalo passar.
Será que alguém me ouve?

segunda-feira, 10 de setembro de 2007


. Venho aqui, porque não estou a fim de ouvir um retorno daquilo que penso. E se eu falar para alguém aquilo o que penso e não ouvir um retorno. De fato, me sentirei insatisfeita.

Talvez eu tenha alguns problemas, ou não. ;D O fato, é fato e não é discutível. É que eu não gosto de escrever o que penso no papel. E por isso, busco o meio mais fácil de fazê-lo. Não obrigo ninguém a ler coisa nenhuma, e se quiser julgar, o problema é todo seu. Não mudará.

Talvez tudo o que me aperte o coração e deixe a respiração lenta demais ou ofegante demais seja apenas a adolescência maldita. MAS, não vim aqui falar exatamente sobre o porque. E sim o que.
. Meu melhor amigo vai se mudar, e pra uns pode parecer besteira. Mas, e se ele for mais uma pessoa que eu não vou ter mais contato? Sabe, eu sinto vontade de chorar quando penso que vou ter 40 anos e vou falar pros meus filhos mostrando uma foto 3x4 antiga. "Esse é o Guilherme, foi melhor amigo da mamãe, no ensino médio!" Sinceramente, com os meus 40 anos talvez o tempo não faça nenhuma emoção invadir meu coração. Mas agora, ela é tão concreta quanto a água que escorre sobre o meu rosto.
. Eu tenho um vestibular pela frente, e sabe, tá lá, a chance da minha vida. Eu quero uma federal. E quero Direito. E daí que você é um advogado mal sucedido? e que eu posso ter quase 40 e ganhar 3.000? Que pra sua vida padrão não tá bom. Não adianta, de que adianta viver nesse medo estampado na cara de quem perdeu tempo? Entendo, entendo. Mas saiba, que apesar da "rebeldia" eu tenho medo. Medo de estar em um lugar que todos querem o mesmo que eu. Que todos vão julgar, batalhar, passar por cima. E se você não o tem, não é da minha conta. Eu tenho, e tá na minha frente.
. Eu vejo erros em mim, e eles são no mínimo chatos numa segunda-feira a noite. Parecem imensos. Sobre como vejo a vida, como vou agir. Mamãe diz que sou densa demais, intensa demais. Que deveria ser uma pessoa mais leve. Concordo, concordo. Não tem graça ser uma pessoa que as outras qüalificam como "difícil", "personalidade forte". Eu prefiro ser leve, solta, aquela pessoa que todos vão dizer: "Você vai adorar conhecê-la, ela é divertida!". Eu cansei de ser tão intensa, de meter tanto a cara nas coisas. Cansei de julgar, de erguer o nariz, de achar que é mais bonito sair por cima. Que é mais bonito falarem que eu simplesmente dei o maior fora na pessoa, e que foi legal. De que adianta, não ser humilde? Se o mais bobo é sempre o mais feliz? Aonde o gênio forte leva?
. Eu acho que gosto, gosto muito de algo, e isso me faz medo. Por simplesmente ter o vício de achar que não dará certo por minha culpa. Porque um dia, tudo foi culpa minha e eu aceitei calada.
. Eu só quero, falar, falar, falar, falar... E acabar com tudo isso de uma vez. Tudo isso que não quero dizer para ninguém, porque no fim, não é obrigação de ninguém. (Sim, erro. Vão dizer que existem amigos para isso. Mas não quero...dizer pra algum deles tudo isso.)


Mirella Scarlati

segunda-feira, 3 de setembro de 2007


Num segundo
idéias escusas
sorriso sem graça
palavra que acusa
a esperança já escassa.

Num segundo
a alma foge do coração
Pela própria mente, condenada;
pela ilusão, torturada,
com o segundo que julgas ter sido em vão.

Num segundo
mentira louca,
impregnada de ingratidão,
sai da própria boca
para esconder essa feição.

Num segundo
hei de deitar-me sobre o medo,
pois os anjos feridos agora voam com novas asas
e com minhas lágrimas
tentarei roubar esse segredo
que me pausa.

domingo, 2 de setembro de 2007


A vida é no mínimo engraçada, e sem graça também. Parece que quando você acerta no pulo com os amigos, o destino te dá uma rasteira a lá video game. E o teu tombo é a lá video cacetada do Faustão.
Escrevo diretamente para você Gui, sim, diretamente. Lembra-se de quando ofereci o meu caderno para copiar tudo no teu promeiro dia de aula? Se lembra quando olhei e falei "CARALHO, você também gosta de Interpol e Franz Ferdinand!"
E mais e mais e mais, lembra de quando voltamos de ônibus juntos pela primeira vez?
Lembra de como nos descobrimos amigos? Quando os dois mais precisavam!
Lembra do banquinho do Cinemark? Quando me contou o seu "maior" segredo?
Lembra da gincana? que nos sentiamos angustiados e depois realizados?
Lembra da primeira vez que fomos ao cinema e compartilhamos pipoca e refrigerante?
Lembra aquele dia que eu briguei com você no meio do shopping? E só briguei porque não queria ir embora brigada? =/
Lembra de quando fomos no Habibi's a noite? depois do cinema com o pessoal? E rimos todos, como bobos?
Lembra daquele dia na praia, eu você e a Mika?
Lembra dos patos lunares e dos pombos de cristal?
Lembra daquele dia no ponto de ônibus? Em que eu chorei tanto por algo tão bobo.

Consegue se lembrar das divagações, do dia que dormiu na minha casa, do dia que dormimos na sua casa? Do nosso strogonoff, da piscina, dos desenhos, das músicas.
E do I'm From Barcelona?
E do Pato Octávio Viado?
E mais, consegue se lembrar do nosso abraço triplo, eu, você e a Thay, chorando loucamente dentro do colégio a tarde?


Será que você sabe o tanto que eu te amo? meu melhor amigo?
Vou sentir realmente saudades, se tudo der certo, após o mês de janeiro. TE AMO!

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

De qualquer forma a vida lhe sorri. É o desespero pelo nada que invade as frestas da porta, e acelera o coração. O que vou dizer, pode não ser classificado como uma dissertação, ou uma narrativa. Para ser sincera, pouco me importa a classificação.
Algo, algo incomoda. Algo que impede o sorriso de ser presente em todas as horas, algo que que abaixa as palpebras tão cheias de entusiamo, algo cutuca a alma, inquieta o sono, tira a calma. Algo se encontra fora do lugar, e ela sabe, ela o vê, ela o nota. Não consigo controlar, ela sente. O vício pela dor, pela confusão é atraente. Ora! Não me perguntes como! Não vou responder, não consigo. Nem ela mesma, sabe. Algo, algo, algo. Algo bate fora, algo machuca, algo tira o rítimo.
As lágrimas não se fazem necessárias, nem a dor verdadeira. É só a inquietação infinita que dilacera a estima. A estima por todas as coisas boas. Agora me sinto na beira de um trampolim, eu sei que vou chegar no fim, e tudo vai ser aconchegante. Mas o medo, o medo do desconhecido me faz fechar os olhos e tremer.


Mirella Scarlati

Tava conversando com minha amiga Bebel. Ela não é uma pessoa muito normal. Não ria, é sério. Ela me ensinou muitas coisas. Tipo o que? Hum... Ensinou que gente inteligente não freqüenta as aulas; Que ex (namorado) bom é ex morto; Que se você ficar do lado da água q ta esquentando pro café, ela num ferve nunca; Que homem se conquista pela boca então, ou você cozinha muito bem ou tem que fazer um boquete maravilhoso. Aaah, agora você acredita q ela num é muito normal? Obrigada. E, só pra deixar bem claro, ela arrasa na cozinha e até da aula de culinária.
Enfim
Estávamos conversando sobre nosso atual estado vegetativo. Eu, reclamando litros com ela das coisas que não dão certo, do guarda-chuva que quebrou e me deixou na chuva, que a gente quase num sai mais pra dançar aos sábados, que o orkut ta horrível... E ela com aquela cara de pato, nem aí. Eis que, do nada, ela diz espantada:
-Cara, tu pegou chuva?
Eu: - sim sim
Ela: E olha teu cabelo! Como você é ingrata. Mulher com cabelo bonito num precisa de vida pessoal!
E aí nós rimos.
Porque a vida é só um bad hair day

quarta-feira, 29 de agosto de 2007


A idiotice é vital para a felicidade. Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado?
Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins. No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota!
Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele.
Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto. Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça?
Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema?
É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar? Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não.
Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura; piora se for densa. Dura, densa, e bem ruim. Brincar é legal. Entendeu? Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar
descalço, não tomar chuva. Pule corda! Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte.
Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não" realmente aceitável. Teste a teoria. Uma semaninha, para começar. Veja e sinta as coisas como
se elas fossem o que realmente são: passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir...
Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração! Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora?
"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche"

Ailin Aleixo

sexta-feira, 24 de agosto de 2007


"O amor é o ridículo da vida."

De fato, é ridículamente essencial. De repente você que adora filmes de ação, resolve verificar o horário do tal filme alternativo que a sua nova namorada vegan, alternativa e de pais hippies tanto quer ver! E mais, você aceita ter papos-cabeças com os pais conservadores do seu namorado, sendo que você pinta os cabelos de rosa, tem ao todo 4 tatuagens e 3 piercings. E ah! Pretende fazer arquitetura. E quando você menos percebe, está cantando baladinhas, sim, as mesmas baladinhas de metal daquela banda que ama. Sim! aquela banda que só fala da sociedade e do sistema, mas que um dia se declararam pras amadas! Tudo porque a sua namorada patricinha é romântica, e agora você sabe que de alguma forma também é.
Talvez seja engraçado rir das descrições bregas do amor, da ansiedade. Mas ah, sentir é outra coisa! Não é mesmo, meu velho? Ah! sabemos que é. Ela cruza a avenida, sorrindo-lhe o mundo. Trazendo em cada um dos olhos a promessa da melhor noite já existente. Você a desculpa, pela demora. Porque de alguma maneira você já sabe, que não dá mais pra fugir. Por que tocar quem se ama é tão diferente? Foge-lhe a respiração para explicar porque ama tanto aquele ser. Seja ele de 1,85 de altura, ou 1,70, ou 1,56. O fato, é que não dá, não dá para resumir o que o seu coração sente. Já não existe mais, maneiras. Você se vê preso em uma película macia, e me diga, com sinceridade: realmente dá vontade de ir embora?
Acho eu que não, Acho eu que já não sou mais capaz, porque por mais que outras pessoas tenham existido, o novo sempre é novo. E o novo é sempre a nova promessa em novos olhos. Capazes de me embebecer nos seus doces atos, que podem não ser doces. Mas por serem concebidos pela nova criaturinha mais especial do mundo, são os mais doces possíveis.

"E eu preciso dizer que eu te amo, te ganhar ou perder... sem engano" [Cazuza]

Tão ridículo, tão concreto.


Mirella Scarlati

sexta-feira, 17 de agosto de 2007


O tempo é o tempo que deixamos para trás
Quebrando o pensamento que já não se faz
Eu procurei por todos os lados o que satisfazer
Já não achei o que pudesse me fazer parar
Eu quero um turbilhão, a confusão. O que possa me fazer parar
Eu quero um abraço, me amarrar nos teus braços e poder então descansar
Parece tão estranho tentar achar a paz no meio da gritaria
É tão estranho querer estar na boca do furacão
Eu estaria em qualquer lugar se pudesse te falar
Mas eu não quero sentir em qualquer lugar
Eu quero parar para encontrar a paz
Não não, eu prefiro estar no meio de um turbilhão
E só então, encontrar a extremidade que explica porque o azul é calmo, e porque o rosa inspira movimento
Me explica porque amo a sensação de tocar a tua pele macia
Não, eu quero alguma coisa que explique pra a mim porque, porque faz sentido estar aqui.
Eu quero que alguma coisa me diga, liberte dentro de mim
Eu quero que você desperte o meu desconhecido e que assim me leve ao infinito
Quando os ecos do sul me invadem e o norte é tão distante
Eu quero ver o Sol, mesmo que nada do que eu diga faça sentido
Ao menos eu prefiro, fragmentos infinitos cheios de sentido
Do que um falso moralismo estampado nos sorrisos com formatos quaisquer
Com o mesmo, com o mesmo que invade as nossas casas
E que faz você viver na serenidade mentirosa
Agora eu só posso dizer aquilo que eu sinto, aquilo que eu penso
E o que eu sinto é que eu quero estar num mar de gente, e só enxergar você.

Mirella Scarlati


[Porque eu amo divagar.]

terça-feira, 14 de agosto de 2007


Eu, sentada no último banco e o sol no meu rosto. O trânsito estava uma merda e o ônibus cheio. Sem dúvida, não era o que eu esperava de uma terça-feira à tarde. Ela também estava sem paciência e passava pelas pessoas com a delicadeza de um cavalo dando coice. Foi ai que o fofíssimo do motorista resolveu –por diversão ou esporte- avançar o sinal e frear bruscamente.
Adivinha. Sim, ela caiu. Caiu como banana podre dentro de um ônibus cheio. E num foi um tombinho do tipo que todos riem, foi um senhor tombo em que você sente a dor com a pessoa. Sabe o que é todo mundo olhar pra uma só? Pois foi pra ela que todos olharam. Eu já estava no meu limite de cansaço, preguiça, mal estar e agora isso. Ela ia ter que ir pro médico as pressas e isso e aquilo. Mas, como se quisesse me lembrar o quanto a vida é boa, ela deu uma gargalhada linda.
Foi ai que vi o quanto ela é radiante. Lembrei de nossas madrugadas na praia, das vezes que choramos por outros amores, das tentativas de sorvete, dos olhares que eram código. Tudo num segundo, num instante, mas representando um longo amor. Um amor que agora está diferente. Somos mais que boas amigas.
Como se quisesse me trazer de volta daquela viagem em recordações, a senhora ao meu lado em deu uma cotovelada:
- Ela ri como se estivesse em casa. Não se tem mais respeito aos outros! Ela esbarrou no moço careca, caiu e agora ta rindo no chão. Já viu uma coisa dessas?
Eu, ainda com um sorriso bobo, só consegui responder:
-Já vi, sim. Ela é minha namorada.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007



Não consigo dormir. Nunca tinha reparado o quão desconfortável é essa cadeira. Tá, talvez o simples detalhe de não conseguir movimentar-me esteja me deixando mais chata e, por tabela, mais observadora e rigorosa. O fato é: nunca encontrei quem afirmasse ser agradável dormir numa cadeira.
Estou aqui, às 04:10 da madrugada, com uma tremenda dor nas costas que, por não conseguir identificar o problema e não ter cacife para tal, chamarei de dor muscular. Concordem comigo: não tem coisa pior que passar a noite planejando o dia seguinte e, ao acordar, perceber que seu corpo não está acompanhando o entusiasmo de sua mente. Aí você tenta, embora sem muito sucesso, convencer sua mãe a deixar a praia pra outro dia; pega sua agenda de telefones (Sim, agenda. Por fatalidade do destino seu celular não tem visor.) e desmarca um jogo de fim de tarde, que tinha tudo pra ser agradável, com pessoas que você não vê há tempo suficiente pra sentir saudade; perde o pouco tempo que tem com a pessoa amada se queixando da maldita dor, quando poderia relaxar e aproveitar a companhia. O popularmente conhecido "dia de cão".
Numa tentativa desesperada de me distrair, ligo a televisão e o que está passando? Algo sobre os jogos Parapan-americanos. No auge da minha nóia, penso ser um sinal. Será que a dor que estou sentindo vai me deixar inválida como esses atletas? Chego a roer as unhas de angústia.
Passado o momento de crise, começo a pensar. É muito amoral da minha parte me queixar de uma dorzinha que, com certeza, vai sumir em um ou dois dias, enquanto pessoas têm a certeza que vão passar o resto de suas vidas em cima de uma cadeira e, mesmo assim, não se deixam abalar. Nunca parei pra assistir o Pan e não vou dar uma de falsa moralista e falar que o Parapan me interessa, mas é a dmirável o esforço desses atletas pra vencer diante de mais uma dificuldade. Acho que preciso mudar meu conceito de invalidez. Talvez eu seja um pouco inválida...no pensamento.
Bom, pelo menos minha cadeira tem rodinhas. Acho que agora eu consigo dormir.

sábado, 11 de agosto de 2007


Ainda dormia quando ela chegou, o olhar da mamãe estava brilhante como eu nunca tinha visto. As lembranças daquela época hoje são escassas, mas daquele olhar nunca irei me esquecer. O ciúme me corroía, mas não podia evitar a curiosidade: encontrava-me atrás da porta, no alto dos meus três anos, ainda perdida de sono, mas tentando manter a visão atenta àquela nova pessoa que chegava. Era um bebê, um barulhento e minúsculo bebê.
A atenção era toda voltada para aquela menina que tinha resolvido entrar na nossa casa. Toda a conformação dos móveis mudada, as grades nas janelas colocadas, os utensílios antigos guardados no alto para a segurança da criança. Sim, porque eu, já com sete anos, não precisava de nada daquilo, sabia me cuidar sozinha. Mamãe e papai saíam pra trabalhar, levavam o neném para a creche e eu me arrumava para a escola e tomava meu café da manhã. Quando chegava a casa, eles estavam aprontando o bebê para dormir e eu ia para o quarto sem muito barulho. Conversava com Luísa, minha colega de turma. Não acreditava muito nos seus devaneios, mas era a mais esperta de todas: ela que outrora descobrira que, na verdade, quem comprava os presentes de Natal eram nossos pais. E foi ela quem me perguntou: “E ela é doce?”. “Enlouqueceu de vez”, pensei. E questionei, afinal, como uma pessoa pode ser doce? “Mamãe diz que eu era doce. Que cheiro de neném é bom e o gosto melhor ainda, ainda mais quando é o próprio filho.”. Minha mãe nunca tinha dito aquilo para mim. Muito menos sobre mim. E eu... bem, eu não queria chegar, assim, tão perto daquela criança. Não mesmo.
Os olhos da mamãe não mais brilhavam. Nem mesmo quando eu trazia algum desenho para ela da escola. Na verdade, parecia cada vez mais envelhecida e amarga, com uma aura cinzenta, e só reclamava. “Daqui a pouco vamos ser proibidos de viver” era sua frase mais repetida. Eu não tinha muita idéia de preço, mas sabia que o leite estava caro, o açúcar estava caro e os biscoitos, então, pela hora da morte! Nem pensar em pedir a boneca nova da vitrine da esquina.
Reunião de pais e professores. Eu, com nove anos, já sabia falsificar a assinatura da minha mãe direitinho nos boletins. Mas dessa não iria escapar: a diretora fez questão de avisar diretamente aos meus pais. Esperei por longas horas e, com o olhar frio do meu pai ao sair de lá, tinha certeza de que aquilo não poderia ser bom. O castigo não foi tão ruim. Minha mãe falando, sem nem olhar para mim, “Desde que você nasceu, estava certa de que não seria nada que prestasse na vida” foi o pior.
Venci! Finalmente. Depois de muito tempo de luta, tinha conseguido. Cheguei em casa com o prêmio pelo melhor trabalho de ciências e iria conseguir comprar a boneca que eu tanto queria. Mamãe projetou um sorriso, pegou a boneca e entregou à outra filha. Eu já tinha onze anos, não era mais idade para brincar de boneca, veja só. E que fosse me dedicar aos estudos.
Aos quinze anos, sentada na varanda. Aquela nova criança lá de casa já estava crescida e em pé ao meu lado. Era muito mais bela e mais alegre que eu. Era a promessa de futuro para minha mãe. Estudava em escola melhor, fazia todos os cursos possíveis, participava dos mais variados concursos (e ganhava quase todos). E se sentou no parapeito onde eu estava. Olhou diretamente nos meus olhos, com aquele mesmo brilho do olhar de mamãe há muitos anos, e me entregou o pacote com a mesma boneca. Eu me virei para ela e dei um sorriso. Palavras eram desnecessárias. Beijei seu rosto e comprovei: mesmo não sendo mais um bebê, minha irmã era realmente doce.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer




Seria tão mais fácil...


Chegaria assim, com tudo decorado... os passos contados... os gestos escolhidos na frente do espelho...


O Destino se encarregaria de nos encontrar...


Alma Gêmea? Sim, claro!


As palavras fluiriam e tudo conspiraria ao nosso favor...


As palavras nunca seriam erros para nós...


Nada de indecisão, de ansiedade, de joguinhos...


Depois de vc, os outros seriam só os outros...





Mas, porém, contudo, entretanto...


Quem é vc? Oq eu procuro?


O coração engana...


faz um sentir oq o outro não sente...


palpita por um e por outro...


Os pensamentos soltos...


A vida é curta pra ver!





Cabeça e coração fora de sintonia!





"Como é possível sonhar oq é impossível dizer?"

domingo, 5 de agosto de 2007

... Quando chego além, e os pés não tocam mais o chão. É a loucura que faz, o cara dar um tiro na cabeça. Atravessei a rua com meu passo tímido, subi na construção como se fosse máquina e agora eu era herói e o meu cavalo só falava inglês. Fui juíz supremo, tive medo e não consegui dormir.
Quando foi que competimos pela primeira vez? O que ninguém percebe é o que todo mundo sabe.
... Atravessei a rua com meu passo bêbado, subi na construção como se fosse sólida. Tijolo com tijolo num desenho lógico. Sou um animal sentimental, me apego facilmente ao que desperta o meu desejo. É isso aí. Tropecei no céu como se ouvisse música.
... A minha vida, eu preciso mudar todo dia. Todo dia...

Quando somos reflexos, trechos, espaços. Um aglomerado, informação em cima de informação. quero que o rosa cegue meus olhos. Eu já não sei mais aonde eu estou. E o ar me faz levitar, suar, chorar. Será que o novo é tão assustador assim? É, pode ser. Eu tenho medo, medo do maravilhoso que se faz igual à mim. Por que temos a mania de achar que não é certo para nós? Achamos que é demais, que não somos capazes? Eu quero deitar... Desculpem-me pela minha falta de sentido ou mesmo pela minha divagação. Eu não estou pessimista, não estou desacreditando. Eu tenho medo, medo, medo. Isso não é chantagem, eu tenho medo. E eu não quero pena, eu não sei o que eu quero. Meu corpo se faz dormente, meu coração bate lento, e estou chorando mas nenhuma lágrima cái. Eu quero um abraço, talvez eu queira o escuro. Já não sei... não sei... Eu quero que essa sensação de perda passe.

Vem depressa pra mim que eu não sei te esperar, já fizemos promessas demais... Já me acostumei, com a tua voz.. Quando estou contigo, estou em paz.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Morte. Ou vida. Ou os dois.


Engraçado, mas o que mais me leva pensar na vida é a morte. Não é estranho pensar em algo justo quando ele se desfaz?
A vida é tão cheia de questões... Esperamos muito dela e esperam mais ainda de nós. E, não se trata da “nossa” vida, há também aqueles que amamos e odiamos... Tantos envolvidos tantos cuidando de uma vida que deveria ser só nossa.
Renato, do Legião, dizia q ser livre é coisa séria. E é, sabe? Porque ninguém nunca vai ser livre. Quando alguém morre, você logo pensa:
-Nossa, a gente passou tanta coisa juntos e agora que ela se foi... É como se nada tivesse importância.
A vida e seu conceito com todos os limites e horizontes... Tão indecifrável e absurdo! Já a morte, não. Nela há conforto e uma certeza q eu invejo. Acompanha: você vê um recém nascido e não sabe como ou quem ele vai ser. Ele vai trair a namorada com o melhor amigo? Vai ser traficante? Ao menos que apareça uma velha de olhos ruivos e cabelos profundos com uma bola de cristal, cadê a resposta? –será q essa resposta existe?-. Mas há uma certeza: ele vai morrer! Se ainda na incubadora ou só aos 47 anos por dirigir bêbado - não o culpe. Se você visse sua esposa transando com o cara que tira xérox no escritório, também beberia. Porra, xérox? Se ao menos fosse uma multifuncional - é só detalhe.
Então, por que reagimos tão mal à morte? Posso estar pirando, mas, algo tão certo e verdadeiro só pode nos fazer bem. Ela nos garante noites sem tosse, nenhuma dor e nenhuma incerteza. Será que somos tão egoístas a ponto de condenarmos algo assim? Não sei, na verdade, perdi o fio da meada no primeiro parágrafo, mas não descarto a possibilidade de estar certa.
Cada dia ta sendo tão difícil! E sempre foi... Hoje pra mim, amanhã pra você, fato. E pra que passar por tudo isso? Tento não ver a morte como uma destruidora de sonhos, mas é que dói tanto! Dói mais ainda saber que vou perder todos que amo. E parece q quanto mais penso, pior fica... Vem aquele (8) medo de ter medo de ter medo.
Acho que to com preguiça de viver. Não pense que sou do tipo amargurado. Já tive momentos perfeitos com amigos, a gargalhada do meu irmão é o melhor som do mundo, já tive noites mágicas, orgasmos maravilhosos e tardes na praia que num trocaria nem por todo dinheiro do mundo. Mas, pra que tudo isso mesmo? Acho que perdi minhas esperanças nesse mundo.

“A morte não é a nossa perda maior. Nossa perda maior é o que morre dentro de nós enquanto vivemos” Norman Cousins.

domingo, 29 de julho de 2007

"Mas um dia a vida cobra e realmente não dá pra fugir... "



Realmente, minhas pernas não param. É um tique, é a denúncia da ansiedade e da insegurança.
Parece que a cada aniversário, lhe bate na porta um sujeito polído, bem vestido e educado. O português dele é empolado, exacerbado e inconfundivelmente correto. Então você sabe, de um dia para o outro você tem uma responsabilidade maior. Ele lhe sorri, pra ele é tão saboroso ver as expressões desconexas, ele apenas lhe informa, apenas isso.
Ele sabe como se sente mas nunca passou por isso, porque ele é "isso". Me confunde, me ofusca, me deixa sem espaço. Não posso correr, não posso viver. Até ouvir tudo o que ele tem a me dizer.
E ele brinca, ele ri da minha maneira não lapidada de falar o que eu sinto. "És tão boba minha jovem, és novata e eu sou profissional. Pra que travar algo que sempre vai perder?"
De fato, o que posso eu contra a responsabilidade?
A desconfiança mata a auto-confiança. Mas a confiança depositada de fora pra dentro, aumenta a insegurança e o medo. Eu adoro surpreender, adoro que me subestimem. Mas acho que isso é algo que os fracos pensam? Deve ser... Porque é mais fácil, se eu ganhar, que bom. Senão, azar, ninguém esperava mesmo.
Mas e quando jogam nas suas mãos as duas pilulas, a azul e a vermelha e te dizem. "Escolha, pode escolher minha jovem." ? O que me diz?.
Ele morde o lábio, e eu odeio o terno bem cortado do sujeito. E ele ri, ri e me diz. "Eu sou a sua criação, eu sou seu, tão seu quanto és minha." E se perceber, não é mentira.. nada do que ele diz.
A maturidade é uma merda, eu afirmo com convicção. É UMA MERDA!
Se eu fumasse, estaria fumando vários, mas eu bebo café e jajá vou buscar o meu. Convidei-o a entrar, vamos conversar? É, vamos.
- Fico feliz, feliz por terem me depositado confiança, por acreditarem que eu posso. Mas eu tenho medo, medo de tudo.
- Isso passa, tudo sempre passará. Já dizia Agnaldo Timóteo. E eu tirei isso da sua mente, minha bela.
- Eu sei, eu sei da onde você tirou tudo. Eu te idealizei.
- Pois bem, me criou mas não pode me destruir. Sou o teu melhor amigo e só dormes quando eu digo que podes. Andas comigo em todos os momentos, até quando o teu corpo é colado em outro corpo. Ele não te possuí, eu a possuo. Eu sim, sei o que é certo e o errado e você, concorda comigo porque eu sou a sua criação. Alguns não tem escrúpulos, mas nós temos. E convenhamos minha cara, usando a tua modéstia te afirmo. Temos bom senso.
.....Odeio a forma como ele sorri. Mas é o meu próprio sorriso.
- Pois bem, o farei. É o melhor, mas dê-me um tempo, saia agora daqui e deixe-me apenas descansar. Estou saturada e não passei meses com isso na cabeça.
- Como quiser, sabes que estou ao seu lado.
- E eu ao seu, meu amigo. Meu eterno amigo.

E a minha consciência evaporou, foi para casa, onde fica me fazendo sentir o que é devido ou não devido.
E eu continuo sem saber, o que fazer. Mas só consigo fazer ou determinar algo, quando deito a cabeça no travesseiro e ele dorme.

Mirella Scarlati (Um tanto dramática)

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Vira virou, meu coração navegador...


Não sei o que escrever, novamente. Mas ver que isso aqui não é atualizado meu deu um puta aperto no coração.
Eu gostaria de expressar, sei lá, expressar. Acho que me sinto 5 anos mais nova, empolgada com tudo e com todos. Hey BORN TO BE WIIIIIIILD (8) oh yeah baby! xD

Adoro quando não sei o que dizer ¬¬

No momento, sinceramente, eu quero sair na rua e gritar. Eu me sinto em extase, em sei lá o que. Estou à 120 km/h e não quero parar. Tô a fim de sentir o vento gelando o meu rosto e não quero olhar pra trás! Nada é dolorido, nada é demais. Quando pego carona em um fio dourado de determinação eu visito os melhores lugares. Eu to dançando e eu estou parada. As horas passam devagar mas o meu relógio é tão veloz quanto o meu coração. O que é viver? é um livro de auto-ajuda? Não sei, I don't know man, and I'm so fine.

Vamos lá, vamos lá! levantem-se CARALHO! ninguém percebeu que o clima é de bagunça? Que eu não quero ninguém vendo a vidar passar? Não adianta, foda-se o tempo, eu não quero perder qualquer coisa que possa estar acontecendo.

Ah, tanto faz, não tenho palavras bonitas hoje, não ligo mesmo pro formal.

Tudo culpa do meu coração navegador...

segunda-feira, 9 de julho de 2007



Ai, o amor! O amor! O amor!

"Fogo que arde sem se ver" (Camões)
"Mais nobre fraqueza do espírito" (John Dmyden)
"Triunfo da imaginação sobre inteligência” (Mencken)

Definir, não sei. Mas o que sinto é muito nítido! Fico boba, oh.
Você briga e chora, fica com raiva, fala mal, desiste, grita e bate, diz que ama, se arrepende, sente falta, se humilha e pede perdão, vibra e sofre, transborda de alegria...
Quando você pensa que é o fim (-Dessa vez é mesmo. Não tem como voltar atrás!) vem o pedido de desculpas e no auge do seu orgulho, você... Hãn... Perdoa!

No topo de sua sabedoria, Drummond disse: “Há vários motivos para não se amar uma pessoa e um só para amá-la”. Num sou eu que vou discordar dele, certo?

É assim... Indescritível, precioso, único, sopro da vida. Mas entre tantas definições, uma é "batata" e não poderia faltar: "O amor é a flor roxa que nasce no coração dos troxa". É a porra do amor!

domingo, 8 de julho de 2007


Quem um dia irá dizer, que não existe razão, nas coisas feitas pelo coração?

E quem irá dizer que não existe razão?



O pé na bunda começa a dar bons resultados. Pensa só, as pessoas que podemos conhecer?

Não acredito no acaso, não, não. Não me venham com essa idéia sem fundamento que eu encontrei por um "acaso" (Ou seja, sem ligação ALGUMA.) os meus amigos. Não me diga que aquela pessoa linda, veio ao acaso. NÃO NÃO NÃO.

Alguns momentos machucam, nos fazem tocar no inferno e esquecer dos momentos bons. O fato é que tudo passa, tudo sempre passará.

Estou olhando pro pc, pra essa janela e pra mim mesma. Não sei se tenho algo de importante à dizer. Sinceramente eu tô sem saco para elaborar as palavras. Tanto faz a ordem e a desordem. Afinal, nada vem de graça. Nem o pão nem a caxaça. Divagando, divagando...

O fato é que mesmo eu não tendo ganhado na mega-sena. Nem a Angeline Jolie tenha me ligado, ou algo M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O segundo o meu ego. Mesmo não tendo tudo isso, eu me sinto em paz. E aviso logo, estou nem aí pra introdução, o desenvolvimento e a conclusão.

É tão difícil não ser exigente, não reclamar da vida. Mas agora, agora eu deitaria e morreria. (Mentira, desconfio de quem fica tão satisfeito assim, ainda tenho muito à fazer)


Ok, parei.

Eu só queria dizer, que quando me encontro na madrugada, me sinto bem. Tenho uma velha amiga dentro de mim e posso sentir que isso ultrapassa o infinito. E eu me sinto tão forte, e não tenho medo de me sentir fraca amanhã. As pessoas chamam isso de egoísmo, eu prefiro que seja amor-próprio. No fundo, na imensidão que é a minha mente, eu não tenho certeza se tenho habilidade com as palavras. Mas tenho certeza que preciso dizer de alguma maneira tudo o que eu sinto nesse momento. A escuridão da noite não é triste, o brilho do sol não é inoportuno. E tenha toda a certeza que um cachorro a latir na grade de casa, nem de longe é irritante.

Qualquer momento, qualquer momento é essencial e único. Talvez quando aplicarmos isso, sejamos mais felizes. Ao menos, estou tentando.


Porque o essencial, é invisível aos olhos.




~ Essa é a minha caixinha desorganizada.


Mirella Scarlati.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Para pensar...


Bem, não sou amarga. Mas confesso que lá na pontinha tá pintando uma magoa.
E para melhorar o meu querido dia, uma amiga me mandou um texto. Um texto que eu já conhecia, por isso... Vou colocá-lo aqui. Ao menos é tudo isso que me fez olhar pra mim.
Amar a si mesmo é essencial.


"Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada. Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo.
Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável. Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável. Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.
Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém."

Me falaram que é do John Lennon, o importante é lembrar-me de tudo isso.

Pra quem tá se afogando, jacaré é boia! :*

terça-feira, 26 de junho de 2007



Quinta feira de manhã. Meu humor já não estava bom, quando ela me olha de cima a baixo e comenta: "Nossa! Mas você não estava de dieta?" (Tudo bem, chocolate não é bem o que se coma quando está de dieta, mas aquela era a dieta do A. E, que eu sabia, chocolate Alpino começa com A). Mas em duas horas já contabilizo mais uma série de suas atitudes irritantes: ficou batendo a unha na mesa, me fez várias perguntas idiotas na hora da minha apresentação em grupo e, irritação das irritações, andou em diagonal na minha frente (ela sabe que nada me incomoda mais que isso).
Bem, você já deve ter percebido que "ela" é uma garota que eu odeio. E não estou sozinha: quase toda menina já teve uma arquiinimiga. Não importa o motivo - seu santo não bateu com o dela, você sabe mentiras horríveis que ela conta ou ela usa usou a mesma melissa que você naquela festa. Você não a suporta e ponto final.
Eu adoro quando alguém me conta que odeia quem eu odeio também. Assim, não me sinto culpada e posso odiar bem relaxada. Acaba virando um hobby, como jogar The Sims, empilhar cartas, stalkear orkuts... Tem uma garota, que eu detesto tanto que fico até triste quando ela falta. Depois que ela matou uma semana de aula, não agüentei e liguei pra casa dela, perguntando. E ela falou que não era da minha conta e eu desliguei o telefone feliz da vida. Ela não tinha esquecido que não gostava de mim, ainda bem!
Não ir com a cara de alguma menina tem algumas vantagens. Uma delas é que você exercita seu raciocínio. Afinal, tem que dar respostas rápidas para as brincadeiras super dinâmicas que ela faz com você. Uma vez, eu estava comento uma fruta, quando meu objeto de ódio falou: “Ai, ai... ta toda natureba agora...” Aí eu respondi: “Porque eu to comendo uma fruta? O que você come aço cirúrgico?” E ajuda também a exercitar a audição. Quando ela fala pras amigas: “Nossa, esse uniforme de deixa muito gorda!” E você, do outro lado da sala tem que levantar e dizer: “Tão bom colocar a culpa no uniforme quando na verdade, você que ta uma baleia, né?” Há outras vantagens: você não fica com tédio entre uma aula e outra, porque pode pensar em suas próximas brincadeirinhas pra atazanar a vida dela; você pode ficar amiga de outras inimigas dela e fazer um fake pra escrever coisas no orkut dela (hum, essa idéia eu tive agora e até que não é má).
Mas, no momento, não posso desfrutar desse lado bom, porque não estou odiando ninguém. Estou passando por uma fase zen, em que vou com a cara de todo mundo. Triste, eu sei. Nem sei por que escolhi esse assunto. Ah, lembrei: uma super amiga minha, me ligou pra jogar conversa fora. Blá blá blá wishcas sache, começamos a lembrar quando nos conhecemos. Não é incrível? Ela é a menina do terceiro parágrafo.

segunda-feira, 18 de junho de 2007


Através do meu coração enxerguei. Na medida em que eu sentia, eu não sentia. Era dor, rancor, raiva. Não era nada, era apenas passado. Corri, na medida em que eu corria, eu enxergava o final.
Olhei, olhei de novo. Vi um espelho e não era um espelho, era eu. Eu queria um encontro, um encontro verdadeiro, e eu encontrei. Eu me encontrei. Eu me afaguei, me beijei, me amei. Senti desejo por cada parte do meu corpo. Meus lábios, meus seios, minha inteligência, minha perspicácia. Minhas lágrimas eram doces, doces. E me caiam tão naturalmente que minha pele se deliciava com o momento de encontro. Eu não precisava mais dele para ser feliz, eu tinha a mim, me amava, me amo. Meus dedos me tocavam e eu murmurava para mim mesma: - Aonde você estava, minha menina?
Aonde eu estou? Eu estou em mim, presente em tudo o que vejo.
Eu ri, ri lembrando do Renato Russo cantando "Quando você deixou de me amar aprendi a perdoar, e a pedir perdão" "29 anjos me salvaram, e tive 29 amigos outra vez". Eu ter perdi mas não me perdi. O teu medo de ter medo não faz da minha força confusão. Quando eu soube que nos teus lábios moravam outro nome que não o meu. Eu me encontrei. Passei tanto tempo achando que eu estava em você, quando eu continuava em mim.
Vou rir, meus lábios vão pronunciar um único nome, o meu. E esse nome vai deliciar-me, esse nome vai saciar a minha alma e acalmar o meu coração. Eu me tenho. Não só à mim, mas sim aos meus anjos, meus amigos.

O meu cheiro é doce e atraente como algo desconhecido. O inesperado virá me encontrar. Nos meus lábios outros nomes irão morar. E eu vou viver, viver como nunca. Você será uma lembrança boa, um passado que se tornará distante. Porque o meu presente e o meu futuro se resume a mim, não tenho espaço para o seu ego. Apenas para o meu.

- Meu caro, adeus.

Mirella Scarlati.

domingo, 17 de junho de 2007


Ela a puxou contra si com toda a delicadeza. Ela escondeu o rosto em seu peito. O cheiro de Michelle. Até então esquecido, mas logo relembrado por seu olfato com um impacto estupidificante, imperoso. Apimentado, ao mesmo tempo doce e picante, algo único e indescritível que não vinha de nenhum sabonete, colônia ou roupa. Um cheiro que era simplesmente dela. A sensação de familiaridade trouxe-lhe lágrimas aos olhos.
Os momentos de sexo com Michelle eram os únicos na vida de Caroline em que não praticava, e sim sofria o verbo. Quando não estava no controle, quando não era uma ave rapina, hiperativa ou voraz. Com uma fragilidade intolerável, ela depôs um beijo no canto de sua boca. Como se fosse pela primeira vez. Michelle avançava lentamento pro centro, criando um prazer que era quase indistinguível de dor. Carol respondia com imobilidade, quase sem respirar, ela a deixava aplicar seus beijos.
Os beijos passaram da boca para o pescoço e a raiz dos cabelos. Com os olhos fechados, ela gemia de prazer. Poderia morrer agora -sim, poderia, sem menor dúvida.
Como uma sonâmbula, deixou-se conduzir para a cama. Estendeu os braços obedientemente para que ela despisse sua roupa-branca, em seguida, alteou os quadris para que puxasse sua saia. Os lençóis lisos e frescos estenderam-se sob a pele nua de suas costas. Todo seu corpo tremia, mas ela se manteve como estava, deitada, imóvel. Quando ela roçou seu seio com a boca, Caroline teve um sobressalto, como se levasse um choque elétrico. Como podia ter esquecido o quanto era sensacional?
Espera. Uma coisa. Um detalhe.
-Com licença! - Ela se intemrrompeu para segurar o pulso de Caroline e, com a mão livre, voltar os dedos em direção a si. Havia algo que queria ver. ela foi bruta, virando a mão em um ângulo doloroso. -Você não usa mais sua aliança?- acusou-a, com olhos de desprezo.
Ela arrancou a mão, com olhar fulminante. Esfregando o pulso dolorido, acusou-a:
-Você me machucou!
-E você me magoou.

Se olharam. Não se viram. Nem ao amor. Nem ao tesão.
Apenas ressentimento e culpa. Tinham voltado a ser o que eram.
Wait a minute

Eu me basto. Sou assim, preciso de mim unicamente. Porque eu sinto. Pois o simples existir é o que quero. E o sentimento não me cabe. E o sentimento não pode ser distribuído em mais ninguém. Então, permaneço sentindo apenas. Calada. Porque eu sou mais eu. Então me pego a pensar: oras, o que mais quero? Esqueça o restante. Porque o sentir me completa. E faz valer à pena ter nascido.


"A espantosa realidade das cousas
É a minha descoberta de todos os dias.
Cada cousa é o que é,
E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta.
Basta existir para ser completo.
Às vezes ponho-me a olhar para uma pedra.
Não me ponho a pensar se ela sente.
Não me perco a chamar-lhe minha irmã.
Mas gosto dela por ela ser uma pedra,
Gosto dela porque ela não sente nada.
Gosto dela porque ela não tem parentesco nenhum comigo.
Outras vezes, ouço passar o vento,
E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido."
Pessoa, Fernando. ;)

sábado, 16 de junho de 2007


Ela olhou pra mim. Ficou me observando, chegou perto. E mais perto. Eu queria falar mil coisas mas preservei o silêncio. Nossas frontes juntas, e só isso. Só o sentimento. Só a vontade. Nas duas tranças, feitas as pressas, trazia uma flor. Seu sorriso, rodeado de lábios de mel. Seus olhos, com o brilho do mar. Num segundo, não só nossos rostos, nossas bocas também se tocavam. Inércia. Um pensamento concreto. Um momento imaginário.

sábado, 9 de junho de 2007


Um pouco engraçado a sensação de ansiedade. Sabe quando você se sente uma velha encalhada de 45 anos? (Tá, 45 não é velha, coroa). Enfim, é engraçado quando você lê a sinopse do filme e imagina mil coisas. Nhá, me sinto um tanto Amelie Poulain. E de preferencia penso: "Se der certo é algo que vai me deixar feliz, senão, azar." Aonde as coisas devem se resumir?
Não ter medo... Mas não ter medo de quê? Eu gostaria de ter uma piscina de coca-cola do mesmo jeito que sonhei quando tinha uns 5 anos. E mais, mais! Eu queria estar naquela tal fábrica de chocolate e comer arvores doces, beber no rio de "toddy". Eu queria viver com toda a intensidade o momento que a minha boca saboreia qualquer alimento que amo, sentir lentamente quando a água quente cai sobre o meu corpo. Correr os meus dedos sobre as camisolas de seda nas lojas populares. E me deliciar com um gole d'água no momento em que eu sentir mais sede. Sentir quando tiro um tênis apertado e saio andando descalça pela casa. Eu desejo, eu desejo... abraçar alguém, e ao fechar os meus olhos pensar em como as coisas são tão maravilhosas e este abraço é sincero. Desejo não ter pressa, nem ser lenta naquilo tudo o que quero. Um beijo, um beijo enorme... um beijo lento, um beijo intenso que aumente a velocidade. Eu quero esquecer o que tem em volta disso tudo.
~ Sabe qual é o melhor? Isso tudo é possível.



(Eu gosto dos grandes prazeres... mas os menores, são os essenciais.)

Mirella Scarlati ;]

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Construção


Enquanto uns são tão otimistas e outros alegam não ser por natureza, estou aqui pra equlibrar. *Siachismo mode off*, nunca fui daquelas extremistas, sempre soube ponderam a situação. Não que isso seja bom! Me falta ousadia as vezes...olhar pra tijolos e ver a construção pronta, olhar o massa e ver o pão. Ter fé no que se faz é essencial mas dou lugar a razão também e nela me solidifico. Me falta [2] a percepção de enxergar que não vai dar certo, que por maior a minha força de vontade, a resposta é não. Creio que seja assim mesmo...um momento compensa o outro. Nos erguemos com sonhos e tijolos, desejos e realidades pautando no livro da vida. Ok, a frase ficou brega, admito! Mas é assim mesmo... reconhecer que poderia ser melhor também é uma virtude se bem usada. Vou me deixando um trecho se uma música de Chico Buarque "Subiu a construção como se fosse máquina/ ergueu no patamar quatro paredes sólidas/ Tijolo com tijolo num desenho mágico/Seus olhos embotados de cimento e lágrima"


beeeijo

;*

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Just Push Start
Começo de blog e, diferentemente da minha parceira aqui, não to tão otimista. Não sou otimista, aliás. Mas nada como as palavras... Essas sim são boas analistas. Então, aqui nasce mais uma tentativa de divã.

Não é fácil, mesmo. Mas, no fim da estrada, é só mais um lugar. Se correr, perde toda a beleza do arco-íris e percebe que, no fim das contas, o ouro é só um metal amarelo brilhante. Tem que aproveitar o caminho. Mesmo que alguns momentos não sejam os melhores, não sejam do seu agrado. Isso eu aprendi. O importante não é quem venceu no jogo, mas que você participou. E, por mais que pareça que os dados estejam viciados para que não se saia do lugar, uma hora a maré de azar passa.
Ah, se passa.
To pronta pra melhor paisagem. Eu quero a carta de bônus. Não adianta, não dá pra ficar algumas rodadas sem jogar.
Por mais que eu esteja inerte. Por mais que eu deseje outro caminho. É necessário continuar...
Só o começo. Depois a gente decide o resto.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Hm! Cá estamos! olha só, mais um blog. Bem, é isso. A idéia é um lugar que mais pessoas possam postar. Falar o que se sente, o que se preocupa, tanto faz.


Esses dias, eu quis parar. É, eu quis parar! Eu achei que o caminho de saída seria o mais doloroso e quis parar. Um dia aprendemos que ninguém faz pela gente o que tem de ser feito. Tirando as necessidades fisiológicas, falo de outras coisas. Como agir? É preciso aprender que somos sempre obrigados a deixar uma certa carga emocional para trás. Se faz necessário, mesmo quando não é essa a vontade. Dar um fim as coisas é mais do que dolorido, mas de tão dolorido se torna doce. Doce e doce, pelo simples fato de ser uma atitude nova que vai refletir em muita coisa.
Pense por alguns segundos como seria se algumas coisas tivessem continuado. Uma situação, um namoro, uma amizade, uma briga, uma tristeza, uma felicidade. E aí? O ser humano é acostumado com níveis, tudo aquilo que sempre fica se torna comum e o comum é a maior dificuldade do ser humano. Não sabemos lidar com o comum, com a rotina. Por que precisamos sempre estar em grandes movimentos para nos sentirmos felizes? A mudança muitas vezes apesar de dolorida é boa. Mas com sinceridade, apenas a faça quando tiver certeza. Quem muda por medo da rotina e do comum tem 50% de chances de descobrir que o comum e a rotina eram as melhores coisas que existiam. E aí que entra meus caros e poucos leitores, o grande jogo de cintura que é viver!


Mirella Scarlati! ;]