Barulinho

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Para pensar...


Bem, não sou amarga. Mas confesso que lá na pontinha tá pintando uma magoa.
E para melhorar o meu querido dia, uma amiga me mandou um texto. Um texto que eu já conhecia, por isso... Vou colocá-lo aqui. Ao menos é tudo isso que me fez olhar pra mim.
Amar a si mesmo é essencial.


"Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada. Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo.
Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável. Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável. Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.
Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém."

Me falaram que é do John Lennon, o importante é lembrar-me de tudo isso.

Pra quem tá se afogando, jacaré é boia! :*

terça-feira, 26 de junho de 2007



Quinta feira de manhã. Meu humor já não estava bom, quando ela me olha de cima a baixo e comenta: "Nossa! Mas você não estava de dieta?" (Tudo bem, chocolate não é bem o que se coma quando está de dieta, mas aquela era a dieta do A. E, que eu sabia, chocolate Alpino começa com A). Mas em duas horas já contabilizo mais uma série de suas atitudes irritantes: ficou batendo a unha na mesa, me fez várias perguntas idiotas na hora da minha apresentação em grupo e, irritação das irritações, andou em diagonal na minha frente (ela sabe que nada me incomoda mais que isso).
Bem, você já deve ter percebido que "ela" é uma garota que eu odeio. E não estou sozinha: quase toda menina já teve uma arquiinimiga. Não importa o motivo - seu santo não bateu com o dela, você sabe mentiras horríveis que ela conta ou ela usa usou a mesma melissa que você naquela festa. Você não a suporta e ponto final.
Eu adoro quando alguém me conta que odeia quem eu odeio também. Assim, não me sinto culpada e posso odiar bem relaxada. Acaba virando um hobby, como jogar The Sims, empilhar cartas, stalkear orkuts... Tem uma garota, que eu detesto tanto que fico até triste quando ela falta. Depois que ela matou uma semana de aula, não agüentei e liguei pra casa dela, perguntando. E ela falou que não era da minha conta e eu desliguei o telefone feliz da vida. Ela não tinha esquecido que não gostava de mim, ainda bem!
Não ir com a cara de alguma menina tem algumas vantagens. Uma delas é que você exercita seu raciocínio. Afinal, tem que dar respostas rápidas para as brincadeiras super dinâmicas que ela faz com você. Uma vez, eu estava comento uma fruta, quando meu objeto de ódio falou: “Ai, ai... ta toda natureba agora...” Aí eu respondi: “Porque eu to comendo uma fruta? O que você come aço cirúrgico?” E ajuda também a exercitar a audição. Quando ela fala pras amigas: “Nossa, esse uniforme de deixa muito gorda!” E você, do outro lado da sala tem que levantar e dizer: “Tão bom colocar a culpa no uniforme quando na verdade, você que ta uma baleia, né?” Há outras vantagens: você não fica com tédio entre uma aula e outra, porque pode pensar em suas próximas brincadeirinhas pra atazanar a vida dela; você pode ficar amiga de outras inimigas dela e fazer um fake pra escrever coisas no orkut dela (hum, essa idéia eu tive agora e até que não é má).
Mas, no momento, não posso desfrutar desse lado bom, porque não estou odiando ninguém. Estou passando por uma fase zen, em que vou com a cara de todo mundo. Triste, eu sei. Nem sei por que escolhi esse assunto. Ah, lembrei: uma super amiga minha, me ligou pra jogar conversa fora. Blá blá blá wishcas sache, começamos a lembrar quando nos conhecemos. Não é incrível? Ela é a menina do terceiro parágrafo.

segunda-feira, 18 de junho de 2007


Através do meu coração enxerguei. Na medida em que eu sentia, eu não sentia. Era dor, rancor, raiva. Não era nada, era apenas passado. Corri, na medida em que eu corria, eu enxergava o final.
Olhei, olhei de novo. Vi um espelho e não era um espelho, era eu. Eu queria um encontro, um encontro verdadeiro, e eu encontrei. Eu me encontrei. Eu me afaguei, me beijei, me amei. Senti desejo por cada parte do meu corpo. Meus lábios, meus seios, minha inteligência, minha perspicácia. Minhas lágrimas eram doces, doces. E me caiam tão naturalmente que minha pele se deliciava com o momento de encontro. Eu não precisava mais dele para ser feliz, eu tinha a mim, me amava, me amo. Meus dedos me tocavam e eu murmurava para mim mesma: - Aonde você estava, minha menina?
Aonde eu estou? Eu estou em mim, presente em tudo o que vejo.
Eu ri, ri lembrando do Renato Russo cantando "Quando você deixou de me amar aprendi a perdoar, e a pedir perdão" "29 anjos me salvaram, e tive 29 amigos outra vez". Eu ter perdi mas não me perdi. O teu medo de ter medo não faz da minha força confusão. Quando eu soube que nos teus lábios moravam outro nome que não o meu. Eu me encontrei. Passei tanto tempo achando que eu estava em você, quando eu continuava em mim.
Vou rir, meus lábios vão pronunciar um único nome, o meu. E esse nome vai deliciar-me, esse nome vai saciar a minha alma e acalmar o meu coração. Eu me tenho. Não só à mim, mas sim aos meus anjos, meus amigos.

O meu cheiro é doce e atraente como algo desconhecido. O inesperado virá me encontrar. Nos meus lábios outros nomes irão morar. E eu vou viver, viver como nunca. Você será uma lembrança boa, um passado que se tornará distante. Porque o meu presente e o meu futuro se resume a mim, não tenho espaço para o seu ego. Apenas para o meu.

- Meu caro, adeus.

Mirella Scarlati.

domingo, 17 de junho de 2007


Ela a puxou contra si com toda a delicadeza. Ela escondeu o rosto em seu peito. O cheiro de Michelle. Até então esquecido, mas logo relembrado por seu olfato com um impacto estupidificante, imperoso. Apimentado, ao mesmo tempo doce e picante, algo único e indescritível que não vinha de nenhum sabonete, colônia ou roupa. Um cheiro que era simplesmente dela. A sensação de familiaridade trouxe-lhe lágrimas aos olhos.
Os momentos de sexo com Michelle eram os únicos na vida de Caroline em que não praticava, e sim sofria o verbo. Quando não estava no controle, quando não era uma ave rapina, hiperativa ou voraz. Com uma fragilidade intolerável, ela depôs um beijo no canto de sua boca. Como se fosse pela primeira vez. Michelle avançava lentamento pro centro, criando um prazer que era quase indistinguível de dor. Carol respondia com imobilidade, quase sem respirar, ela a deixava aplicar seus beijos.
Os beijos passaram da boca para o pescoço e a raiz dos cabelos. Com os olhos fechados, ela gemia de prazer. Poderia morrer agora -sim, poderia, sem menor dúvida.
Como uma sonâmbula, deixou-se conduzir para a cama. Estendeu os braços obedientemente para que ela despisse sua roupa-branca, em seguida, alteou os quadris para que puxasse sua saia. Os lençóis lisos e frescos estenderam-se sob a pele nua de suas costas. Todo seu corpo tremia, mas ela se manteve como estava, deitada, imóvel. Quando ela roçou seu seio com a boca, Caroline teve um sobressalto, como se levasse um choque elétrico. Como podia ter esquecido o quanto era sensacional?
Espera. Uma coisa. Um detalhe.
-Com licença! - Ela se intemrrompeu para segurar o pulso de Caroline e, com a mão livre, voltar os dedos em direção a si. Havia algo que queria ver. ela foi bruta, virando a mão em um ângulo doloroso. -Você não usa mais sua aliança?- acusou-a, com olhos de desprezo.
Ela arrancou a mão, com olhar fulminante. Esfregando o pulso dolorido, acusou-a:
-Você me machucou!
-E você me magoou.

Se olharam. Não se viram. Nem ao amor. Nem ao tesão.
Apenas ressentimento e culpa. Tinham voltado a ser o que eram.
Wait a minute

Eu me basto. Sou assim, preciso de mim unicamente. Porque eu sinto. Pois o simples existir é o que quero. E o sentimento não me cabe. E o sentimento não pode ser distribuído em mais ninguém. Então, permaneço sentindo apenas. Calada. Porque eu sou mais eu. Então me pego a pensar: oras, o que mais quero? Esqueça o restante. Porque o sentir me completa. E faz valer à pena ter nascido.


"A espantosa realidade das cousas
É a minha descoberta de todos os dias.
Cada cousa é o que é,
E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta.
Basta existir para ser completo.
Às vezes ponho-me a olhar para uma pedra.
Não me ponho a pensar se ela sente.
Não me perco a chamar-lhe minha irmã.
Mas gosto dela por ela ser uma pedra,
Gosto dela porque ela não sente nada.
Gosto dela porque ela não tem parentesco nenhum comigo.
Outras vezes, ouço passar o vento,
E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido."
Pessoa, Fernando. ;)

sábado, 16 de junho de 2007


Ela olhou pra mim. Ficou me observando, chegou perto. E mais perto. Eu queria falar mil coisas mas preservei o silêncio. Nossas frontes juntas, e só isso. Só o sentimento. Só a vontade. Nas duas tranças, feitas as pressas, trazia uma flor. Seu sorriso, rodeado de lábios de mel. Seus olhos, com o brilho do mar. Num segundo, não só nossos rostos, nossas bocas também se tocavam. Inércia. Um pensamento concreto. Um momento imaginário.

sábado, 9 de junho de 2007


Um pouco engraçado a sensação de ansiedade. Sabe quando você se sente uma velha encalhada de 45 anos? (Tá, 45 não é velha, coroa). Enfim, é engraçado quando você lê a sinopse do filme e imagina mil coisas. Nhá, me sinto um tanto Amelie Poulain. E de preferencia penso: "Se der certo é algo que vai me deixar feliz, senão, azar." Aonde as coisas devem se resumir?
Não ter medo... Mas não ter medo de quê? Eu gostaria de ter uma piscina de coca-cola do mesmo jeito que sonhei quando tinha uns 5 anos. E mais, mais! Eu queria estar naquela tal fábrica de chocolate e comer arvores doces, beber no rio de "toddy". Eu queria viver com toda a intensidade o momento que a minha boca saboreia qualquer alimento que amo, sentir lentamente quando a água quente cai sobre o meu corpo. Correr os meus dedos sobre as camisolas de seda nas lojas populares. E me deliciar com um gole d'água no momento em que eu sentir mais sede. Sentir quando tiro um tênis apertado e saio andando descalça pela casa. Eu desejo, eu desejo... abraçar alguém, e ao fechar os meus olhos pensar em como as coisas são tão maravilhosas e este abraço é sincero. Desejo não ter pressa, nem ser lenta naquilo tudo o que quero. Um beijo, um beijo enorme... um beijo lento, um beijo intenso que aumente a velocidade. Eu quero esquecer o que tem em volta disso tudo.
~ Sabe qual é o melhor? Isso tudo é possível.



(Eu gosto dos grandes prazeres... mas os menores, são os essenciais.)

Mirella Scarlati ;]

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Construção


Enquanto uns são tão otimistas e outros alegam não ser por natureza, estou aqui pra equlibrar. *Siachismo mode off*, nunca fui daquelas extremistas, sempre soube ponderam a situação. Não que isso seja bom! Me falta ousadia as vezes...olhar pra tijolos e ver a construção pronta, olhar o massa e ver o pão. Ter fé no que se faz é essencial mas dou lugar a razão também e nela me solidifico. Me falta [2] a percepção de enxergar que não vai dar certo, que por maior a minha força de vontade, a resposta é não. Creio que seja assim mesmo...um momento compensa o outro. Nos erguemos com sonhos e tijolos, desejos e realidades pautando no livro da vida. Ok, a frase ficou brega, admito! Mas é assim mesmo... reconhecer que poderia ser melhor também é uma virtude se bem usada. Vou me deixando um trecho se uma música de Chico Buarque "Subiu a construção como se fosse máquina/ ergueu no patamar quatro paredes sólidas/ Tijolo com tijolo num desenho mágico/Seus olhos embotados de cimento e lágrima"


beeeijo

;*

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Just Push Start
Começo de blog e, diferentemente da minha parceira aqui, não to tão otimista. Não sou otimista, aliás. Mas nada como as palavras... Essas sim são boas analistas. Então, aqui nasce mais uma tentativa de divã.

Não é fácil, mesmo. Mas, no fim da estrada, é só mais um lugar. Se correr, perde toda a beleza do arco-íris e percebe que, no fim das contas, o ouro é só um metal amarelo brilhante. Tem que aproveitar o caminho. Mesmo que alguns momentos não sejam os melhores, não sejam do seu agrado. Isso eu aprendi. O importante não é quem venceu no jogo, mas que você participou. E, por mais que pareça que os dados estejam viciados para que não se saia do lugar, uma hora a maré de azar passa.
Ah, se passa.
To pronta pra melhor paisagem. Eu quero a carta de bônus. Não adianta, não dá pra ficar algumas rodadas sem jogar.
Por mais que eu esteja inerte. Por mais que eu deseje outro caminho. É necessário continuar...
Só o começo. Depois a gente decide o resto.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Hm! Cá estamos! olha só, mais um blog. Bem, é isso. A idéia é um lugar que mais pessoas possam postar. Falar o que se sente, o que se preocupa, tanto faz.


Esses dias, eu quis parar. É, eu quis parar! Eu achei que o caminho de saída seria o mais doloroso e quis parar. Um dia aprendemos que ninguém faz pela gente o que tem de ser feito. Tirando as necessidades fisiológicas, falo de outras coisas. Como agir? É preciso aprender que somos sempre obrigados a deixar uma certa carga emocional para trás. Se faz necessário, mesmo quando não é essa a vontade. Dar um fim as coisas é mais do que dolorido, mas de tão dolorido se torna doce. Doce e doce, pelo simples fato de ser uma atitude nova que vai refletir em muita coisa.
Pense por alguns segundos como seria se algumas coisas tivessem continuado. Uma situação, um namoro, uma amizade, uma briga, uma tristeza, uma felicidade. E aí? O ser humano é acostumado com níveis, tudo aquilo que sempre fica se torna comum e o comum é a maior dificuldade do ser humano. Não sabemos lidar com o comum, com a rotina. Por que precisamos sempre estar em grandes movimentos para nos sentirmos felizes? A mudança muitas vezes apesar de dolorida é boa. Mas com sinceridade, apenas a faça quando tiver certeza. Quem muda por medo da rotina e do comum tem 50% de chances de descobrir que o comum e a rotina eram as melhores coisas que existiam. E aí que entra meus caros e poucos leitores, o grande jogo de cintura que é viver!


Mirella Scarlati! ;]