Barulinho

quinta-feira, 15 de novembro de 2007


Mirella se encontrava ali, ali, parada, pensando, refletindo... ora tomando a coca-cola sem gás que sobrara do almoço, ora rindo das coisas que Juliana dizia no msn. Ouvia Caetano cantando sampa, imaginando como seria se no sábado não houvesse a tal feira de física, e se já estivesse passada de ano na sua humilde escola. A senhorita Scarlati, possui medos, mas falar que todos também compartilham de tal, não diminui a angustia estampada no arfar de sua respiração. Mirella estava ali, viva, viva em todos os seus sentidos. Mirella é capaz de tudo, é capaz de sentir uma felicidade quase que materializada ao tocar cereais em grandes sacos, como Amelie Poulain faria, Mirella, é capaz de amar. Capaz de ir até o fim, de sentir, de lutar, de conseguir. Mirella, ao contrário de muita gente com oportunidade ou sem oportunidade de ser feliz, tem tudo em mãos, tudo. A senhorita Scarlati olha para dentro de si, e então, pronuncia... qualquer coisa, qualquer coisa que abre os seus olhos, e a faz rir do tempo que perdera todos esses milhares de dias, lamentando algo que nunca existiu, lamentando uma dor que não é familiar. Ela toma mais um gole da sua coca, e então decide dormir em paz com o mundo, com o mundo dela.


Mirella Scarlati

Nenhum comentário: