Barulinho

quinta-feira, 18 de junho de 2009

inveja, desprezo, destaque e relações humanas.


A verdade é uma, prego que se destaca leva martelada.

Parto do senso comum porque somente o senso comum utiliza isso com as pessoas que se destacam. Em qualquer ambiente, desde o colégio até a universidade, se destacou se ferrou. É só você tirar uma nota acima da média, ser promovido, elogiado que lá vem os olhares.

Existem pessoas, assim como eu, que incrivelmente por todo lugar que passa, deixa uma relaçãozinha assim. É provável, confesso, que eu tenha uma grande culpa nisso tudo. Mas vendo como o ser humano age, me pego pensando se eu realmente tenho que ser a pessoa mais simpática do mundo. Não, eu não acho, mas vamos lá.

Cordialidade, respeito e educação são coisas que sempre deverão existir. Se você quer ser mais um "nariz em pé", seja, mas lembre-se que esses quesitos são necessários. Mas, puta que o pariu, da onde o senso comum associa respeito e educação com simpatia? Não sei, sinceramente, não sei. Se faz mais do que essencial que compreendam que você não precisa ser simpático para ser educado. E aí vem gente querendo fazer a social, "socializar" , ser bem quisto com todas as pessoas.

Não dá, o céu nem sempre acorda tão colorido assim.




Quem vê a vida com os olhos do espírito, racionalmente, despido de paixões, sabe que essa visão romântica das relações humanas, é completamente irracional.




[Os que se destacam sempre serão invejados, tanto nós invejaremos quanto os outros nos invejarão]

terça-feira, 24 de março de 2009


Helena sorria.

O fato é que o conforto é uma palavra inconstante que a visita nas noites mais peculiares. Dias sem cor, dias sem dor.

Angela grita.
E assim como Iris ela precisou sangrar para saber que estava viva.

Hoje eu simplesmente respiro, porque a melhor sensação do mundo é sentir o ar entrando no meu corpo.

Deitei-me sob às aguas, e chorei por dias inteiros, meses inteiros. Mas agora, eu fecho meus olhos e peço com carinho que eu possa respirar mais uma vez.

Porque se você corre, você consegue correr. E sair pelo bosque de madrugada sempre me ajudou a sentir que o rubor da minha face não era o fenômeno mais sem importância do mundo, eu estava viva.


Feche os seus olhos com cuidado e mergulhe, sem nem se preocupar com o ar que precisará para respirar.

domingo, 15 de março de 2009

Tarsila.


O piano toca devagar, Tarsila se vai... E assim como os pisos da calçada sorriam para ela noites passadas, agora lágrimas se vão pelos ladrilhos. O piano acelera e seu coração bate mais rápido, e seu sorriso se faz feliz, era apenas um sonho. Novamente apenas um sonho. Então Tarsila quer correr - mas as pessoas não podem vê-la correr - e seu choro contido, escondido, migalhado se espalha por seu vestido azul de flores.

Então Tarsila cheira, o ar, e o ar não lhe diz absolutamente nada. Então Tarsila busca sentir a raíz das coisas, e ela não consegue. Paulo foi embora, ele se foi. A verdade era essa e ela não pode mudar. E não estar no controle de todas as coisas é a pior maneira quando tudo se acaba. Simplesmente, se foi, assim como o verão está indo embora, Paulo se foi com o sol, e os 7 dias de verão se foram junto dele. Agora o vento mal bate na janela, e as cortinas mal balançam.

Tarsila se recompõe, dorme encolhida na cama como se fosse um feto. Esperando que Paulo volte para o quarto onde eles não dormiram e que possam se amar como não se amaram. Daqui alguns dias, meses, tudo se vai, assim como os anos, como as coisas, como as cores... Tarsila decide simplesmente, deixar... Ela olha para a calçada que ela andava apressada ao saber que Paulo a esperava embaixo da arvore sempre combinada. Vê uma criança sorrindo, e se pergunta...

- Por que ela sorri tão feliz?

domingo, 25 de janeiro de 2009

A lágrima caía... e seus lábios trêmulos faziam cada gotinha cambalear.
Talvez fosse o verão, o ano novo, talvez não fosse nada, só a música. É que às vezes a gente precisa se sentir um pouco triste, um pouco solitário, um pouco infeliz, para poder lembrar-se de que é feliz, alegre e sempre bem acompanhado.

É que o dia precisa ficar manso, como um sonho distorcido para podermos sempre enxergar melhor ao novo amanhecer. Acredito que seja necessário chorar um pouquinho para poder respirar de verdade.

O piano toca, ele sempre tocou. E quando os dedos calejados o tocam, é como mergulhar numa piscina bem funda de tristeza. É querer ter 3 anos de novo e poder desfrutar do amor paterno. Me disseram que as pessoas não dão aquilo que não têm. Então, quando não se recebe, é pior não receber por maldade ou não receber por o outro não possuir?

Se é na calada da noite que eu me dano, eu estou aqui querendo lançar meu grito desumano, porque vai ser a melhor maneira de ser escutada.

É preciso chorar manso, bem baixinho.. lembrando de vários versos, de amor.