Barulinho

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Antes do felizes pra sempre


“Chega de saudade
a realidade é que sem ela
não há paz, não há beleza
é só tristeza e a melancolia
que não sai de mim, não sai de mim
não sai.”
(Toquinho e Vinícius de Morais).



Os brasileiros adoram se gabar por saudade ser uma palavra sem tradução em qualquer outra língua que não o português. Grande coisa! Não sabem eles que o sentimento é universal? E daqueles conjugados num só tempo: eternamente no presente. Pode ser muito bonita quando cantada em versos e melodias; na vida real é uma pedra no sapato: incomoda e, eventualmente, machuca de verdade.
Sou do tipo saudosista. Sempre me pego pensando no passado, lembrando o cheiro dos verões passados na piscina da infância; o gosto de acordar cedo pra fazer armadilhas e pegar passarinhos logo que o dia começava, só pra encostar a mão neles e deixá-los ir; a satisfação de conseguir passar a noite em claro, escondida dos adultos, ver o amanhecer e perder o resto do dia dormindo.
Mas e aquela saudade do que não aconteceu? Saudade do futuro, saudade dos planos que a gente faz. Quando o onírico se mistura com a realidade e aí você não sabe mais o que é verdade. Então sofre, porque quem disse que a verdade é uma só? Aí se faz de tudo, os planos aumentam, a dor se torna quase insuportável. E tenta esquecer que saudade é doença crônica, quando se instala, não tem mais jeito. Do tipo reparador, o encontro é como uma lipoaspiração: funciona na hora, mas não garante que vai ficar assim pra sempre. E o amor tolhido engorda mais que chocolate, dentro de alguns poucos meses a situação já tá muito pior do que era antes.
“Para amar não é preciso estar junto, e sim dentro”. E é aí que nasce a saudade.


“E abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
que é pra acabar com esse negócio de você longe de mim.”

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Nem é justo amar assim. Tudo tão sutil. Uma paixão que vai chegando sem nem dar alô e avisa que não tem hora pra ir embora. É como a chuva que rega a flor. Que da tanta vida, que traz alegria, que da um novo aspecto tão especial. E em nós, muda jeito, horários, costumes, faz se aborrecer por não querer se aborrecer com coisa pouca. Mas não depressa, tudo na encolha. De um jeitinho simples como quem quer enganar a gente. Mas é a gente que num se engana mais. Estar gostando e querendo estar perto já é coisa de todo dia. Uma saudade sem motivos e suspiros com palavras bobas. Mas é assim. O que vou fazer? Errada é a chuva que molha sabendo como isso vai acabar. E a flor continuará a crescer, linda e bela pra no seu auge, ser pisada no meio do parque. Mas quer saber? Flores nunca são eternas mesmo e se for pra ela se machucar, que seja. Bom é quando faz mal.

(8)eu vou tentar ser mais competente na escolha da próxima paixão(8)

quinta-feira, 13 de setembro de 2007


O mais divino de uma amizade é quando um amigo sabe reconhecer que você tá triste e faz de tudo pra que isso mude. Tipo hoje, oh.

Bebel: moh, num fica assim não.
Kakah: uhum
Bebel: tenho uma coisa aqui q sempre levanta meu humor!
Kakah: o queee? *_*
Bebel: morango e leite moça!
Kakah: isabella, eu odeio morango
Bebel: eu sei.
Kakah: ¬¬
Bebel: melhora o meu humor ué! oq posso fazer se vc é enjoada pra comer?

Pois é, com amigas desses, p q inimigos? ;]

terça-feira, 11 de setembro de 2007


"Enquanto isso, navegando eu vou
Sem paz
Sem ter um porto
Quase morto, sem um cais"
(Marcelo Camelo - Veja bem, meu bem).


Meus textos são melancólicos. E dizem que eles costumam mostrar como é verdadeiramente o autor. Mas, quer saber? Não sou uma pessoa deveras otimista, mas a melancolia não é meu forte. Só que escrevo como um desabafo. É pra me livrar, pra não explodir. Quem precisa extravasar felicidade? Escrever é como um grito de desespero quando se está sem fôlego: se não prestarem bastante atenção, nem percebem.
Uma pessoa só é feliz se acredita ser feliz. Contudo essa felicidade pode passar por certos hiatos. E... o que nos cabe nessas horas?



Meu grito é abafado. E só me basta esperar o intervalo passar.
Será que alguém me ouve?

segunda-feira, 10 de setembro de 2007


. Venho aqui, porque não estou a fim de ouvir um retorno daquilo que penso. E se eu falar para alguém aquilo o que penso e não ouvir um retorno. De fato, me sentirei insatisfeita.

Talvez eu tenha alguns problemas, ou não. ;D O fato, é fato e não é discutível. É que eu não gosto de escrever o que penso no papel. E por isso, busco o meio mais fácil de fazê-lo. Não obrigo ninguém a ler coisa nenhuma, e se quiser julgar, o problema é todo seu. Não mudará.

Talvez tudo o que me aperte o coração e deixe a respiração lenta demais ou ofegante demais seja apenas a adolescência maldita. MAS, não vim aqui falar exatamente sobre o porque. E sim o que.
. Meu melhor amigo vai se mudar, e pra uns pode parecer besteira. Mas, e se ele for mais uma pessoa que eu não vou ter mais contato? Sabe, eu sinto vontade de chorar quando penso que vou ter 40 anos e vou falar pros meus filhos mostrando uma foto 3x4 antiga. "Esse é o Guilherme, foi melhor amigo da mamãe, no ensino médio!" Sinceramente, com os meus 40 anos talvez o tempo não faça nenhuma emoção invadir meu coração. Mas agora, ela é tão concreta quanto a água que escorre sobre o meu rosto.
. Eu tenho um vestibular pela frente, e sabe, tá lá, a chance da minha vida. Eu quero uma federal. E quero Direito. E daí que você é um advogado mal sucedido? e que eu posso ter quase 40 e ganhar 3.000? Que pra sua vida padrão não tá bom. Não adianta, de que adianta viver nesse medo estampado na cara de quem perdeu tempo? Entendo, entendo. Mas saiba, que apesar da "rebeldia" eu tenho medo. Medo de estar em um lugar que todos querem o mesmo que eu. Que todos vão julgar, batalhar, passar por cima. E se você não o tem, não é da minha conta. Eu tenho, e tá na minha frente.
. Eu vejo erros em mim, e eles são no mínimo chatos numa segunda-feira a noite. Parecem imensos. Sobre como vejo a vida, como vou agir. Mamãe diz que sou densa demais, intensa demais. Que deveria ser uma pessoa mais leve. Concordo, concordo. Não tem graça ser uma pessoa que as outras qüalificam como "difícil", "personalidade forte". Eu prefiro ser leve, solta, aquela pessoa que todos vão dizer: "Você vai adorar conhecê-la, ela é divertida!". Eu cansei de ser tão intensa, de meter tanto a cara nas coisas. Cansei de julgar, de erguer o nariz, de achar que é mais bonito sair por cima. Que é mais bonito falarem que eu simplesmente dei o maior fora na pessoa, e que foi legal. De que adianta, não ser humilde? Se o mais bobo é sempre o mais feliz? Aonde o gênio forte leva?
. Eu acho que gosto, gosto muito de algo, e isso me faz medo. Por simplesmente ter o vício de achar que não dará certo por minha culpa. Porque um dia, tudo foi culpa minha e eu aceitei calada.
. Eu só quero, falar, falar, falar, falar... E acabar com tudo isso de uma vez. Tudo isso que não quero dizer para ninguém, porque no fim, não é obrigação de ninguém. (Sim, erro. Vão dizer que existem amigos para isso. Mas não quero...dizer pra algum deles tudo isso.)


Mirella Scarlati

segunda-feira, 3 de setembro de 2007


Num segundo
idéias escusas
sorriso sem graça
palavra que acusa
a esperança já escassa.

Num segundo
a alma foge do coração
Pela própria mente, condenada;
pela ilusão, torturada,
com o segundo que julgas ter sido em vão.

Num segundo
mentira louca,
impregnada de ingratidão,
sai da própria boca
para esconder essa feição.

Num segundo
hei de deitar-me sobre o medo,
pois os anjos feridos agora voam com novas asas
e com minhas lágrimas
tentarei roubar esse segredo
que me pausa.

domingo, 2 de setembro de 2007


A vida é no mínimo engraçada, e sem graça também. Parece que quando você acerta no pulo com os amigos, o destino te dá uma rasteira a lá video game. E o teu tombo é a lá video cacetada do Faustão.
Escrevo diretamente para você Gui, sim, diretamente. Lembra-se de quando ofereci o meu caderno para copiar tudo no teu promeiro dia de aula? Se lembra quando olhei e falei "CARALHO, você também gosta de Interpol e Franz Ferdinand!"
E mais e mais e mais, lembra de quando voltamos de ônibus juntos pela primeira vez?
Lembra de como nos descobrimos amigos? Quando os dois mais precisavam!
Lembra do banquinho do Cinemark? Quando me contou o seu "maior" segredo?
Lembra da gincana? que nos sentiamos angustiados e depois realizados?
Lembra da primeira vez que fomos ao cinema e compartilhamos pipoca e refrigerante?
Lembra aquele dia que eu briguei com você no meio do shopping? E só briguei porque não queria ir embora brigada? =/
Lembra de quando fomos no Habibi's a noite? depois do cinema com o pessoal? E rimos todos, como bobos?
Lembra daquele dia na praia, eu você e a Mika?
Lembra dos patos lunares e dos pombos de cristal?
Lembra daquele dia no ponto de ônibus? Em que eu chorei tanto por algo tão bobo.

Consegue se lembrar das divagações, do dia que dormiu na minha casa, do dia que dormimos na sua casa? Do nosso strogonoff, da piscina, dos desenhos, das músicas.
E do I'm From Barcelona?
E do Pato Octávio Viado?
E mais, consegue se lembrar do nosso abraço triplo, eu, você e a Thay, chorando loucamente dentro do colégio a tarde?


Será que você sabe o tanto que eu te amo? meu melhor amigo?
Vou sentir realmente saudades, se tudo der certo, após o mês de janeiro. TE AMO!